quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

SEMINÁRIO “VULNERABILIDADE E VIOLAÇÕES DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO CONTEXTO DA COPA DE 2014”

A COPA E OS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A Copa do Mundo em 2014 já é uma realidade no Brasil. Os preparativos para recebermos os turistas, seleções estrangeiras constituem pauta constante na mídia e dos orçamentos públicos. Foram feitos 6.164.682 de pedidos de ingressos, quando se encerrou o período inicial de solicitações, a maior parte feitos no Brasil. Estes pedidos foram recebidos de 203 nações diferentes.
A dimensão deste evento levanta muitas expectativas. Por um lado há impactos considerados positivos como: aumento da projeção do Brasil no cenário internacional, maior número de empregos, aumento dos investimentos no país, dentre outros. Por outro lado, nem todas as notícias são boas e podem contar com o otimismo do brasileiro. Em especial as que dizem respeito aos direitos de crianças e adolescentes.
É fato recorrentemente observado que eventos turísticos suscitam o recrudescimento de políticas higienistas e a elevação da ocorrência de algumas das formas de violência e violação de seus direitos: exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, violência policial contra a população mais pobre, trabalho infantil, exclusão da população local aos espaços do evento.
A realização da Copa das Confederações no primeiro semestre de 2013 tornou visível ao Brasil e ao mundo que a população do país do futebol tem sofrido grandes violações em seus direitos e não concorda com a realização de tal evento em terras brasileiras, se isso significar diminuição do investimento público no enfrentamento à pobreza e injustiça social. Diversas violações têm ocorrido, desde ações diretas, como a remoção de famílias para dar lugar a obras de infraestrutura para os megaeventos ao desvio de recursos orçamentários destinados à Educação, Saúde, Segurança Pública para construção dos estádios. No geral foram gastos 08 bilhões de reais para a construção dos estádios, sendo 695 milhões na reforma do Mineirão. Como se não bastasse, há ainda a instauração de um verdadeiro estado de exceção na soberania do Brasil através da imposição da Lei Geral da Copa. As frases “Copa para quem?” e “FIFA go home!” circularam de modo inequívoco e a população foi às ruas em um movimento que marcou a história política do país.
Às portas de 2014, é urgente que se reúnam sociedade civil e Estado para juntos avaliarem as medidas a serem tomadas para a proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Isto significa fazer o sistema de proteção funcionar, com cada ator social, em seu local de atuação e função social cumprindo seu papel.

O SEMINÁRIO:
Minas Gerais foi o estado brasileiro com o maior número de cidades visitadas por turistas estrangeiros durante a Copa das Confederações. Belo Horizonte é uma das cidades em que a Copa acontecerá.
No ano que vem, quando será realizada a Copa do Mundo, a expectativa do Ministério do Turismo é que o país receba cerca de 600 mil turistas estrangeiros, o dobro dos que foram à África do Sul em 2010, e três milhões de brasileiros devem viajar pelo Brasil. Desses, cerca de 196 mil estrangeiros e mais de 430 mil brasileiros de outros estados devem passar por Belo Horizonte, aproveitando também para conhecerem as cidades no interior de Minas. 
O Instituto de Direitos Humanos – Instituto DH, o Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH/MG, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Minas Gerais – CEDECA-MG e o Projeto Reconstruir convidam para o “Seminário Vulnerabilidade e violações dos direitos da criança e do adolescente no contexto da copa de 2014”. O evento foi realizado em parceria com a Frente de Defesa da Criança e do Adolescente e da Pastoral dos Direitos Humanos.
O referido seminário tem como objetivos reafirmar o espaço de articulação e fortalecimento da agenda de trabalhos para a proteção dos direitos da criança e do adolescente no contexto da Copa de 2014.



Aguardamos você!

segunda-feira, 11 de março de 2013

O CEDECA-MG


O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Minas Gerais / CEDECA-MG é um centro de defesa que se propõe a dirigir um amplo olhar sobre as questões da adolescência e infância, de modo que ultrapasse os aspectos normativos de tratar o tema (entre direito e deveres). Além disto, um centro de defesa que se inteire do campo da criança e do adolescente no Estado de Minas Gerais, mas que vá além do que já está sabido e produzido sobre estes.
Como o CEDECA Minas Gerais pensa que seria possível instituir uma defesa? O que nomeia como direitos? Qual o campo de uma política? Esta instituição se deseja como um “lugar do qual os sujeitos e a cidade se sirvam” em sua insistência de não sucumbir ao esvaziamento do humano, no que de desumano tem se instaurado nas relações sociais.
Acreditamos que sem desconsiderar a importância das decisões que incidem sobre a população, o termo política pública seja compreendido como a gestão do necessário com os recursos tidos como possíveis, na lógica hegemônica a partir do qual a administração pública se dá. Mas, apostamos que há um campo a ser convocado e que poderá se mostrar profícuo a uma ampliação e mesmo modificação do necessário já estabelecido por esta política pública. Sustentar uma praxis em que os sujeitos “na sua estratégia de vida, desmarcam objetos. Desmarcar objetos resulta em prática política [...] que com frequência resolve impasses, afasta entraves, amplia horizontes, desfaz pontos de estrangulamento nas políticas públicas que assim se fazem inócuas”  - como nos lembra Célio Garcia.
Entende-se que todo caso/toda causa é de natureza política e que como tal deverá ser acolhida e encaminhada.


Revolução


"Eu penso em renovar o homem usando borboletas."
Manoel de Barros